Nos dias atuais, a informação está entre os ativos mais importantes de uma empresa. Por esse motivo, saber lidar com ela de maneira eficiente e bem estruturada é essencial para evitar problemas de performance nos processos que precisam mobilizá-la, e é aí que entra a arquitetura de dados.
Para quem não está familiarizado, o termo pode soar curioso, já que “arquitetura” é uma palavra comumente associada a estruturas físicas. Porém, mesmo tratando de ativos virtuais, o uso adequado de dados exige uma estrutura projetada de modo a manter todos os processos que lidam com eles em pleno funcionamento.
Ficou interessado em saber mais sobre arquitetura de dados? Neste artigo você aprenderá do que se trata e quais são as principais vantagens de estruturar os fluxos de dados da sua empresa.
Dito isso, vamos começar com as definições:
O que é e como funciona a arquitetura de dados?
A arquitetura de dados é um conjunto de estruturas e especificações que determinam como os dados devem ser integrados e gerenciados.
Esse gerenciamento inclui processos que vão desde a coleta e tratamento até a distribuição e o consumo de dados, envolvendo sistemas que se relacionam com diversos departamentos da empresa.
Por estar relacionada a muitos processos intrínsecos ao funcionamento da empresa, ela deve ser elaborada por arquitetos de dados, e precisa ser modelada de acordo com as necessidades do negócio em questão.
Desse modo, podemos dizer que a arquitetura de dados de uma empresa funciona a partir de algumas estratégias básicas, são elas:
Estratégias
- Seleção dos requisitos do negócio, realizada a partir da identificação de quais dados são parte de processos internos à empresa e quais são obtidos através de relações externas.
- Definição da infraestrutura de dados, ou seja, verificar quais ferramentas/sistemas de gestão de dados podem ser implementados no contexto do negócio, definindo, por exemplo, o tipo de armazenamento local/em nuvem.
- Tratamento e integração de dados externos, com foco em analisar a qualidade desses dados de acordo com critérios que verifiquem a viabilidade de sua utilização em diferentes processos internos.
- Armazenamento e uso de dados de maneira organizada, contando com sistemas gerenciadores que atendam as necessidades do negócio (podendo ser relacional, arquivos, em nuvem, sistemas big data, entre outros) e facilitem a sua utilização em todos os setores que devem acessá-los.
- Pensar em aspectos de análise dos dados, como a definição de filtros e possibilidade de gerar relatórios.
- Pensar também na proteção dos dados, definindo os métodos de acesso que serão utilizados, controle e criptografia de dados e criação de funções que disponibilizam os dados certos aos usuários adequados.
- Considerar aspectos de governança e administração, ou seja, o supervisionamento da adequação dos fluxos e do uso de dados tanto às normas internas, quanto externas, como à necessidade de cumprir a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Além de aplicar estratégias como essas, o design de uma arquitetura de dados moderna leva em consideração a flexibilidade e escalabilidade da estrutura, para que os dados mantenham-se úteis ao longo do tempo.
Além disso, estruturas modernas costumam automatizar suas integrações, alinhando aspectos de engenharia e governança de dados entre os sistemas gerenciadores e os usuários desses dados.
Essas e outras características de arquiteturas modernas estão diretamente ligadas aos 4 princípios da arquitetura de dados, que explicaremos a seguir:
Os 4 princípios da arquitetura de dados moderna
A definição é bastante ampla e mutável, já que essa é uma área que evolui constantemente devido à rápida expansão tecnológica e informacional que vivemos. Porém, existem alguns princípios que são comuns e podem melhorar sua estruturação, são eles:
Validação de dados na entrada
Segundo uma pesquisa realizada pela Experian Data Quality, cerca de 77% das empresas entrevistadas afirmam que a má qualidade dos dados afetou a sua capacidade de responder às mudanças de mercado durante a pandemia. Enquanto isso, 39% assumem que a pobreza desses dados prejudicou a experiência dos clientes.
Por esse motivo, trabalhar com os dados corretos é o ponto-chave de uma arquitetura de dados moderna e focada em capitalização. Para isso, é importante estabelecer critérios rígidos de validação, que verifiquem a veracidade e a relevância das informações para a empresa antes de armazená-las.
Foco na consistência e segurança dos dados
Em primeiro lugar, é preciso saber que uma arquitetura de dados moderna é aberta ao compartilhamento. Porém, algumas questões precisam ser observadas para garantir que essa distribuição mantenha os dados consistentes e seguros.
Em termos de consistência, a utilização de um vocabulário comum para tratar das informações é essencial, pois evita silos de dados e oferece a todos os usuários a possibilidade de ler e compreender relatórios, por exemplo, facilitando a colaboração e evitando inconsistências de informações.
Existem inúmeras medidas que precisam ser observadas em termos de segurança da informação, mas não vamos nos aprofundar nelas neste texto. Porém, controlar acessos e definir hierarquizações de autorização para mudanças de dados é uma das formas garantir a consistência e prevenir a existência de informações duplicadas ou deletadas por qualquer usuário, mesmo que ele consiga consultá-los.
Documentação completa
Uma arquitetura de dados bem documentada oferece uma visão mais ampla de cada um dos processos que a envolvem. Também permite a padronização da organização dos processos, favorecendo um “vocabulário comum” e, consequentemente, a consistência dos dados.
Uma estrutura sem documentação pode se transformar facilmente em um verdadeiro caos. Isso prejudica as atividades que levam esses dados à capitalização, além de dificultar a atualização dos processos. Em resumo, arquiteturas de dados modernas são documentadas desde o início.
Integração e automatização de dados
Imagine um cenário em que existem diversas aplicações que precisam dos mesmos dados, e que esses dados serão passados de um sistema para outro manualmente. Você já brincou de “telefone sem fio”? Considerando que a mensagem final quase sempre possui algum ruído, qual a probabilidade desses dados se manterem consistentes?
Pois é, uma estrutura bem definida não pode deixar brechas para inconsistências. Nesse sentido, uma estrutura que armazene os dados em um repositório comum com vocabulário universal, integre as informações entre os sistemas e viabilize a atualização automática desses dados é essencial em uma arquitetura moderna.
Leia também: - Arquitetura de software: por que é tão importante?
Quais são os benefícios de uma boa arquitetura de dados?
Considerando que estamos na era da informação, desenvolver e gerenciar uma arquitetura segura, integrada, automatizada e com qualidade de dados é mais do que uma vantagem para o sucesso do negócio, trata-se de uma necessidade.
Afinal, é a partir desses dados que os resultados da empresa serão construídos e poderão, também, ser analisados. Em resumo, uma empresa incapaz de governar as informações que coleta e produz dificilmente resistirá à constante e veloz modernização do mercado.
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