Tecnologia e finanças sempre andaram de mãos dadas, desde a Revolução Industrial até os supercomputadores de hoje. Dessa parceria, recentemente nasceram as Fintechs, que mudaram completamente como fazemos transações financeiras. Agora, a maioria das operações monetárias acontece em dispositivos móveis, o que abriu as portas da inovação financeira para milhões de pessoas.
Mas não é só sobre acesso. A tecnologia também trouxe mudanças profundas nos sistemas financeiros. Setores inteiros foram transformados, como os de investimento e ações.
Nesse artigo, vamos falar das tendências que estão moldando o futuro das finanças: segurança, Open Banking, Regtech, criptomoedas e pagamentos móveis. Confira a seguir.
→ Segurança no centro
Com a migração dos serviços financeiros de interações presenciais para remotas, a segurança tornou-se uma preocupação central. O cibercrime cresce a um ritmo alarmante, e os pagamentos de ransomware estão se tornando uma despesa operacional comum para muitas empresas.
Para enfrentar esses desafios, o foco em soluções biométricas está crescendo, pois esses marcadores são difíceis de replicar ou hackear. Por outro lado, embora as impressões digitais sejam o padrão atual, preocupações de saúde pública (como a transmissão de vírus) levaram à adoção de soluções biométricas sem contato.
Com isso, a biometria facial, por exemplo, já é amplamente adotada em aplicativos financeiros, oferecendo uma camada adicional de segurança sem a necessidade de contato físico. Para além dessas medidas, outros fatores se destacam como pontos de atenção para a segurança na inovação financeira.
1. Adaptação à LGPD
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é uma grande mudança na segurança digital. A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) aplica multas de até 50 milhões para empresas que não protegem os dados.
Por exemplo, estar em conformidade com a LGPD é vital para evitar esses custos e manter a saúde financeira em dias. Com isso, empresas do setor financeiro se tornaram cada vez mais atentas, e soluções passaram a ser pensadas para inibir fraudes e roubo de dados. A Arquitetura Zero Trust é uma importante protagonista dessa tendência.
2. Inteligência Artificial
Além de estar transformando o trabalho, a IA também tem automatizado tarefas e aumentado a produtividade. Ela ajuda a reduzir fraudes e desinformações. Por exemplo, chatbots inteligentes resolvem dúvidas comuns, liberando a equipe para tarefas complexas. Empresas usam IA para análise preditiva, melhorando decisões e personalizando serviços.
3. Machine Learning (ML)
O ML está melhorando a segurança cibernética. Ele analisa padrões e aprende com os hackers, antecipando e respondendo a ataques em tempo real. Pense em um sistema que detecta e bloqueia invasões automaticamente. O ML está sendo integrado com blockchain, criando mais segurança e transparência nas transações.
→ Open Finance a todo vapor
Como uma evolução do Open Banking, em 2024, o Open Finance está na sua quarta fase, trazendo mais benefícios aos usuários. Implementado pelo Banco Central, ele permite a troca de dados entre bancos e outras instituições financeiras. Hoje, mais de 25 milhões de brasileiros participam, com mais de 42 milhões de consentimentos ativos (Época Negócios).
E embora a aceitação do Open Finance esteja crescendo, muitos usuários ainda desconhecem seus benefícios. A quarta fase inclui dados sobre investimentos, seguros e câmbio, prometendo vantagens mais concretas para os usuários. Com esse movimento, estudos da Techban mostram que a disposição para compartilhar dados financeiros aumentou de 40% para 52% entre 2021 e 2023.
Novas funcionalidades, como o PIX automático e transferências inteligentes, estão facilitando a vida dos usuários. Especialistas acreditam que o Open Finance se tornará uma parte natural da vida financeira dos brasileiros, com possibilidades de integração com outros setores, como seguros e telecomunicações, ampliando ainda mais seus benefícios.
É nessa toada que as empresas do setor de tecnologia financeira precisam estar cada vez mais atentas às regulamentações e requisitos seguidos por suas soluções, criando produtos integrados capazes de acompanhar o crescimento dessas tendências.
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→ O crescimento das Regtechs
À medida que as empresas Fintech continuam a criar soluções com novas tecnologias, governos e agências reguladoras ao redor do mundo correm para acompanhar novas regras e regulamentos. Isso resulta em um mosaico de regulamentações em cada país. As Regtechs são organizações que desenvolvem as chamadas tecnologias reguladoras.
Essas soluções podem ser divididas em três áreas principais: gestão de identidade, monitoramento de transações e relatórios regulatórios. O objetivo é simplificar o processo de identificação e cumprimento das normas. Com isso, o mercado de Regtech deve crescer US$ 16,0 bilhões até 2025, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 20,3%.
Dessa forma, ele está revolucionando a conformidade regulatória através do uso de tecnologias como Inteligência Artificial e Machine Learning. Essas tecnologias permitem automação e análise de grandes volumes de dados em tempo real, o que facilita a detecção de atividades suspeitas e a conformidade com normas complexas.
Além disso, as Regtechs ajudam empresas a reduzir custos operacionais associados à conformidade e a mitigar riscos, fornecendo ferramentas que garantem uma resposta rápida e eficaz às mudanças regulatórias.
→ Adoção de criptomoedas
Antes nas margens, as criptomoedas agora ganham espaço e têm importante impacto na inovação financeira. Uma pesquisa da Sherlock Communications mostra que o mercado de criptomoedas está crescendo na América Latina: só no Brasil, os investidores em cripto aumentaram de 14% em 2023 para 24% em 2024. Ao todo, foram entrevistadas 3.438 pessoas na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru, visto que as criptomoedas e a tecnologia blockchain têm grande apoio na região. Houve avanços em processos regulatórios, apesar dos desafios na obtenção de informações claras sobre seu funcionamento.
Além disso, à medida que mais pessoas começam a usar criptomoedas, mais empresas também começarão a aceitá-las. Claro que as criptomoedas têm desvantagens, como segurança e volatilidade. Mas as empresas que resolverem esses problemas serão recompensadas pelo mercado.
Dessa forma, a adoção crescente de criptomoedas está criando uma infraestrutura financeira mais inclusiva. Empresas exploram novas aplicações para criptomoedas e blockchain, como contratos inteligentes que automatizam acordos sem intermediários e sistemas de pagamento internacionais mais rápidos e baratos. A aceitação por grandes instituições financeiras ajuda a legitimar e estabilizar o mercado, atraindo mais investidores e usuários.
→ Pagamentos móveis
O dinheiro ainda não morreu, mas está em declínio. O mundo evita contato físico e os pagamentos móveis se tornam cada vez mais comuns, tando em startups quanto em gigantes como Apple e Google. No entanto, transferências internacionais ainda são complicadas.
Dessa forma, Fintechs levantaram grandes somas, mas ainda há desafios para tornar as transações internacionais tão simples quanto as locais. O mercado de remessas cresce, assim como as oportunidades em pagamentos móveis. Com isso, pagamentos por aproximação, QR Codes e carteiras digitais são cada vez mais usados, o que oferece conveniência e segurança aos consumidores.
Além disso, a integração de serviços financeiros com social media e e-commerces cria ecossistemas digitais completos: usuários podem pagar, investir e gerenciar finanças em um só lugar. Isso transforma a experiência do usuário e expande o alcance dos serviços financeiros globalmente.
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