Os microsserviços são cada vez mais usados no desenvolvimento de aplicativos mais robustos e complexos. Em vez de construir um aplicativo ou software como um todo, o conjunto de funcionalidades é dividido em processos individuais.
Como cada microsserviço individual é modular e executa seus próprios processos, ele pode ser modificado sem afetar o aplicativo inteiro. Muitas centenas ou milhares de microsserviços podem constituir um único aplicativo.
Ou seja, cada processo é planejado (projetado e desenvolvido) como um serviço independente. Por último, combinando todos os microsserviços, surge uma aplicação completa e eficiente. É um processo que enfatiza a concepção de módulos de propósito único com interfaces e operações específicas.
Vamos dar uma olhada em detalhes?
O que são microsserviços?
São um estilo de arquitetura que desenvolve um conjunto de pequenos serviços para construção de aplicativos/softwares. Cada serviço é executado em seu próprio processo. Os serviços se comunicam com os clientes, e geralmente entre si, usando protocolos leves, geralmente por meio de protocolos HTTP.
Eles podem ser vistos como uma forma de arquitetura orientada a serviços, em que os aplicativos são construídos como uma coleção de diferentes serviços menores, em vez de um aplicativo inteiro.
Assim, em vez de um aplicativo monolítico, você tem vários aplicativos independentes que podem ser executados por conta própria. É possível criá-los usando diferentes linguagens de programação e até mesmo plataformas diferentes.
De fato, não é necessário que todos os microsserviços sejam escritos na mesma linguagem de programação nem pela mesma equipe de desenvolvimento.
Em vez de grandes equipes trabalhando em grandes projetos monolíticos, equipes menores e mais ágeis desenvolvem os serviços usando as ferramentas e estruturas com as quais se sentem mais confortáveis.
Cada um dos programas envolvidos tem controle de versão, execução e escala independentes. Esses microsserviços podem interagir com outros microsserviços e podem ter URLs ou nomes exclusivos, estando sempre disponíveis e consistentes, mesmo quando ocorrem falhas.
A arquitetura baseada em microsserviços é uma opção popular para equipes de desenvolvimento que adotam uma filosofia DevOps. Dividir um aplicativo em componentes individuais facilita o desenvolvimento ágil com implementações rápidas e mais frequentes.
É por isso que os microsserviços podem gerar mais eficiência de infraestrutura, pois têm flexibilidade modular/granular para aumentar ou diminuir conforme necessário, em comparação com a arquitetura monolítica.
As principais características dos microsserviços são:
- Altamente sustentáveis e testáveis.
- Criados de forma independente entre si.
- Escalabilidade e flexibilidade a modificações.
- Permite a entrega rápida, frequente e confiável de aplicativos robustos e complexos.
O que é a arquitetura monolítica?
A forma tradicional de criar aplicativos é a arquitetura monolítica. Normalmente, uma solução construída em arquitetura monolítica tem os seguintes itens:
- Um aplicativo do lado do servidor.
- Uma interface de usuário do lado do cliente.
- Um banco de dados.
- Todas as funções do aplicativo são gerenciadas e executadas em um só lugar.
Embora essa seja a maneira tradicional de criar software, ela apresenta várias desvantagens.
Isso é assim porque, ao expandir um aplicativo monolítico, as coisas se tornam muito complexas de entender, pois é difícil gerenciar uma grande pilha de códigos complexos.
Por exemplo, suponha que você queira fazer algumas alterações na funcionalidade de um aplicativo. Na arquitetura monolítica, as mudanças podem afetar todo o resto do código. Como resultado, o aplicativo pode apresentar defeitos de funcionamento.
Nessa abordagem, é preciso dimensionar todo o aplicativo de uma só vez. A adoção de novas tecnologias em um aplicativo monolítico é um fardo enorme, já que é preciso começar a trabalhar tudo do zero.
Os microsserviços resolvem os problemas da arquitetura monolítica?
Sim, a arquitetura de microsserviços aborda os problemas enfrentados em um aplicativo monolítico. E esta é outra razão por trás de sua imensa popularidade
Mas vale aqui um alerta. A adoção da arquitetura de microsserviços em sistemas monolíticos envolve uma enorme escala de complexidade de gerenciamento: sistemas distribuídos têm mais pilhas de tecnologia e diversos pipelines de integração e entrega contínuas (CI/CD). Por isso, a construção de microsserviços deve ser vista como uma jornada, e não como um objetivo de curto prazo.
Microsserviços versus arquitetura monolítica
Arquitetura monolítica
Um aplicativo monolítico é um aplicativo de software construído como um único pacote de código, em comparação com um aplicativo baseado em microsserviços, que compreende componentes de código individuais.
O acoplamento estreito dos componentes de um aplicativo monolítico requer que o pacote de código seja substituído em sua totalidade quando é necessário fazer uma atualização ou alteração. Isso aumenta o risco potencial de uma perspectiva de código e infraestrutura, ao mesmo tempo em que reduz a velocidade e a mudança, seja do recurso ou de todo o produto.
Microsserviços
Por outro lado, um aplicativo baseado em microsserviços pode ser atualizado com mais frequência e menos risco, pois as alterações em seus componentes individuais (microsserviços) podem ser implementadas independentemente umas das outras.
Quais são os benefícios dos microsserviços?
Existem muitos benefícios em usar microsserviços, entre eles é que não dependem da mesma codificação, permitindo que seus desenvolvedores escolham as linguagens de programação com a qual estão mais familiarizados. Isso ajuda a equipe a trabalhar mais rápido, com custos mais baixos e menos bugs.
Como as equipes trabalham em aplicativos menores e em domínios de problemas mais focados, seus projetos também tendem a ser mais ágeis. O time pode iterar mais rápido, abordar novos recursos em um cronograma mais curto e fazer as correções de bugs quase que imediatamente. Frequentemente, eles também encontram mais oportunidades para reutilizar o código.
Os microsserviços também melhoram a escalabilidade da arquitetura do produto. Além disso, à medida que mais e mais empresas adotam a nuvem, a abordagem flexível e ágil de construir softwares a partir de microsserviços é uma ótima maneira de chegar lá. Sabe por quê?
As plataformas em nuvem se prestam a tecnologias mais recentes, como a conteinerização. Os microsserviços também se prestam à conteinerização, uma vez que já são pequenos aplicativos com um conjunto limitado de dependências.
Isso significa que você pode escalar seus serviços horizontalmente com tecnologias como Docker e Kubernetes sem escrever nenhum código personalizado.
Quais as linguagens que funcionam melhor para arquitetura de microsserviços?
1) Python
Esta linguagem de programação de alto nível suporta ativamente a integração com várias tecnologias. Python permite prototipagem rápida e fácil em comparação com outras linguagens e frameworks e também é compatível com linguagens legadas, como PHP e ASP. Por ser tão flexível, pode se dizer que é a melhor opção para desenvolvedores.
2) Golang
O Google lançou o Go em 2009. Devido ao seu nome de domínio, a linguagem é conhecida como Golang. Em termos de arquitetura de microsserviços, Golang é popular por seu suporte a APIs e os recursos de simultaneidade, que aumentam a produtividade de diferentes dispositivos.
3) Node.js
Com o seu runtime V8 e milhares de bibliotecas, é uma plataforma rápida para tarefas vinculadas de IO (Input-Output). Em termos de benefícios de alto desempenho, custos reduzidos, maior produtividade e desenvolvedores satisfeitos, as empresas confiam cada vez mais nos microsserviços Node.js.
Não é à toa que desenvolvedores de todo o mundo adoram o Node.js para desenvolver aplicativos baseados em microsserviços.
4) Java
É uma linguagem de programação estável, fácil de ler e popular entre os desenvolvedores porque oferece legibilidade e estabilidade com sistemas complexos. Quando se trata de construir arquitetura forte de microsserviços, sua sintaxe de fácil notação, interfaces, conectividade com recursos de back-end e componentes diversos, Java é a linguagem campeã.
5) .NET Core
.NET é uma plataforma cruzada perfeita para microsserviços, permitindo que se use uma linguagem confiável e estabelecida, suportada e mantida pela Microsoft. Seus contêineres Docker integrados ajudam a desenvolver microsserviços e integrá-los com aplicativos escritos em Node.JS, Java ou qualquer outra linguagem. Isso ajuda gradualmente a migrar para a tecnologia .NET core. Os microsserviços .NET também são amigáveis com serviços em nuvem.
6) C++
É uma linguagem de programação flexível, eficaz, rápida e complexa que desempenha um papel fundamental em dispositivos, robótica, aplicativos automotivos e serviços de banco de dados. A biblioteca de microsserviços C++ fornece um ótimo apoio de serviço. Além disso, é a linguagem “queridinha” de muitos desenvolvedores por sua ampla capacidade de aplicação e estabilidade.
Por onde começar a construir um app de microsserviços?
A Metodologia 12 Fatores é o início de qualquer projeto de Software-como-Serviço (SaaS). Criado pela Heroku, plataforma de cloud computing que ajudou a criar o movimento DevOps, é um manifesto com os 12 princípios que todo aplicativo deve ter para ter sucesso.
Dito isso, antes de colocar a mão no código para construir o app, é importante desenhar esse esquema simples:
- Determine a função principal do aplicativo que será construído.
- Divida-o nas menores unidades possíveis.
- Defina a interconectividade de todas as peças distintas (são os recursos que se tornarão seus microsserviços).
- Identifique cada um desses recursos para refleti-los em uma arquitetura de microsserviços.
- Garanta que o aplicativo forneça a função certa aos seus usuários finais.
- Certifique-se de que todos os problemas potenciais sejam considerados logo no início do projeto.
- Atente para as APIs para que os microsserviços individuais possam continuar se comunicando e interagindo uns com os outros, mesmo que eles mudem.
- Adote o controle de versão para que os serviços incluam interfaces de serviço novas e antigas.
Exemplo de framework para microsserviços
No início pode ser difícil escolher o melhor framework e a linguagem perfeita – além de contratar uma equipe com conhecimentos sólidos em sistemas distribuídos. Podemos citar aqui, como exemplo, o SpringBoot (Java), uma das estruturas mais fáceis e estáveis para o desenvolvimento de microsserviços.
Em muitos aspectos, esse framework também serve como um “microframework”, permitindo que os desenvolvedores escolham as partes de que precisam sem ficarem sobrecarregados por dependências de tempo de execução volumosas ou desnecessárias.
Outra facilidade do SpringBoot é que os aplicativos de inicialização são empacotados em pequenas unidades de implementação, usando sistemas de compilação para gerar esses implementáveis como arquivos Java executáveis.
Mas é claro que é muito mais fácil e recomendável optar por uma empresa parceira confiável para o seu projeto, que seja especializada e qualificada em diversas linguagens e tecnologias certas para criar a arquitetura de microsserviços mais adequada ao seu modelo de negócio.
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