A computação em nuvem está se tornando cada vez mais popular no Brasil, representando 42% de empresas brasileiras que processam seus dados via Cloud, com previsão de crescimento de mais 10% nos próximos dois anos. No entanto, com esse crescimento, vem também o desafio de gerenciar os custos proporcionados pela nuvem de forma eficaz.
É aí que entra o FinOps, framework operacional que combina finanças, engenharia e negócios para gerenciar e otimizar os custos de nuvem de forma responsável e eficiente. Quer saber mais sobre o tema? Continue a leitura.
Por que o FinOps é importante?
O FinOps, também conhecido como Financial Operations ou Operações Financeiras, é um framework e uma mudança cultural que reúne sistemas e práticas que visam promover entendimento e responsabilidade financeira em relação aos custos com serviços em nuvem.
Ele permite que empresas compreendam a complexidade do gerenciamento financeiro de TI tradicional e identifiquem elementos essenciais e métricas de sucesso para agregar valor aos negócios.
Dessa forma, como parte fundamental tanto das finanças quanto do DevOps, o FinOps enfatiza a importância da colaboração entre equipes de TI, finanças e negócios, com um objetivo comum. Ao contrário do que muitos pensam, não se trata apenas de reduzir custos, mas sim de eliminar obstáculos, capacitar equipes de engenharia e promover diálogos multifuncionais sobre investimentos.
O Brasil, com sua economia diversificada, caracterizada por empresas de diversos tamanhos e setores, encontra no FinOps uma abordagem adaptável e aplicável a todas as organizações, independente de sua complexidade.
FinOps e DevOps são diferentes?
Apesar de parecer distintas à primeira vista, a verdade é que as abordagens são complementares. Enquanto o DevOps se concentra no Desenvolvimento de Software e nas operações de TI para produzir e implementar produtos, o FinOps visa a eficiência de custos e desempenho na nuvem em toda a empresa, garantindo uma implementação eficaz de software na nuvem.
Apesar das diferenças aparentes, esses conceitos compartilham atributos valiosos para os negócios:
- Redução do tempo de lançamento no mercado;
- Contenção e gerenciamento de custos;
- Melhoria da qualidade e desempenho;
- Simplificação da resolução de problemas;
- Abordagem iterativa ao longo do ciclo de vida;
- Altamente colaborativos.
Em resumo, enquanto o DevOps desenvolve e implementa softwares internamente, com possível uso da nuvem, o FinOps foca na eficiência da nuvem para softwares desenvolvido interna ou externamente, priorizando a infraestrutura de nuvem como destino de implementação. Dessa forma, práticas de FinOps podem ser consideradas um braço operacional do DevOps.
Os princípios do FinOps
Como vimos, o FinOps vai além de otimizar custos; é sobre maximizar o valor estratégico da nuvem. Para isso, seis princípios guiam sua implementação ao longo de todo o ciclo de vida, garantindo eficiência e colaboração.
➡️ Colaboração é essencial
FinOps exige integração entre equipes de engenharia, finanças e negócios. Essa sinergia permite decisões rápidas e informadas, além de criar governança padronizada para uso e controle de custos da nuvem.
➡️ Responsabilidade pelo uso da nuvem
Cada equipe deve assumir o controle sobre seu consumo na nuvem, monitorando metas e mantendo os custos alinhados ao orçamento. Com dados claros, cada decisão é orientada por valor.
➡️ Uma equipe central para suporte estratégico
Embora FinOps envolva toda a organização, uma equipe dedicada ajuda a implementar boas práticas, negociar contratos e gerenciar custos de forma centralizada, otimizando investimentos.
➡️ Relatórios acessíveis e pontuais
Dados claros e em tempo real permitem ajustes contínuos, melhorando o uso de recursos e identificando oportunidades de automação para manter a eficiência.
➡️ Aproveitar o modelo de custo variável da nuvem
Comparar preços, utilizar descontos e ajustar recursos são práticas que permitem maximizar o retorno do investimento.
As fases do FinOps
No FinOps, a gestão eficaz dos custos de nuvem e a maximização do valor comercial são essenciais. Vamos explorar como isso é alcançado através de práticas de informação, otimização e operação.
Fase 1: informar
Na 1ª fase, a ênfase recai sobre capacitar todas as partes interessadas com informações essenciais para embasar decisões relacionadas ao uso da nuvem. A compreensão clara dos custos de nuvem é fundamental, permitindo uma alocação precisa de despesas e uma visão contextualizada do impacto nos diferentes setores de negócios.
Fase 2: otimizar
Na segunda etapa, se destaca a busca incessante por oportunidades de economia de custos. Nesse estágio, as organizações identificam áreas em que podem ajustar recursos, exploram descontos baseados no uso atual e garantem uma utilização eficiente. O foco é maximizar a eficiência financeira sem comprometer o desempenho operacional.
Fase 3: operar
Essa fase representa a avaliação contínua do desempenho em relação aos objetivos de negócios estabelecidos. Buscam-se melhorias constantes nas práticas de FinOps, utilizando automação para implementar políticas que ajustam continuamente os recursos de nuvem. Isso não apenas controla os custos de maneira segura, mas também assegura a conformidade com políticas e restrições de licenças, proporcionando maior eficácia operacional.
🔗 Leia mais:
- Economize com AWS por Boleto: benefícios exclusivos para sua empresa
- Custos e Preços do AWS EC2: guia completo para otimizar sua infraestrutura na nuvem
- Application Management Services: a solução para sustentação e evolução de sistemas
- Como Escolher a Consultoria de TI Certa: entenda os requisitos e 5 principais players do mercado
- Consultoria AWS: como o serviço potencializa o uso da nuvem?
Como mensurar o impacto da estratégia?
Muitas empresas passam por uma jornada ao implementar métricas e indicadores-chave de desempenho (KPIs) em suas operações de TI. Normalmente, elas começam com métricas simples de custos na nuvem e, com o tempo, evoluem para métricas mais abrangentes que refletem o valor para o negócio.
Ao definirmos um conjunto de métricas nos cinco principais aspectos da Cloud FinOps – Responsabilidade e Engajamento, Medição e Resultados, Otimização de Custos, Planejamento e Previsão, e Ferramentas e Aceleradores –, garantimos que essas métricas sejam práticas e alcançáveis para todas as organizações em sua jornada de transformação digital.
→ Responsabilidade e engajamento
É importante estabelecer uma cultura organizacional que promova a conscientização sobre os custos na nuvem.
Uma forma recomendada de medir essa otimização é a porcentagem de profissionais de TI na nuvem, refletindo o comprometimento das lideranças com o entendimento dos custos associados à nuvem.
→ Medição e resultados
A visibilidade e a atribuição precisas de custos na nuvem são fundamentais para uma gestão eficaz.
Uma forma de medir a eficiência de estratégias FinOps é a porcentagem de custos na nuvem atribuídos ao negócio, indicando como os custos são distribuídos e compreendidos pelos responsáveis.
→ Otimização de custos
O foco não deve ser apenas na redução de custos, mas sim em gastar de forma inteligente, maximizando o valor do investimento na nuvem.
A métrica sugerida para avaliar esse aspecto é o uso de ferramentas que possam identificar oportunidades de otimização de custos de forma proativa.
→ Planejamento e previsão
A precisão nas previsões financeiras relacionadas à nuvem é essencial para uma gestão eficiente dos recursos.
A métrica crítica aqui é monitorar a precisão das projeções financeiras em relação aos gastos reais na nuvem no decorrer do tempo.
→ Ferramentas e aceleradores
A utilização eficaz de ferramentas e recursos é essencial para aprimorar as práticas de FinOps.
A métrica de maturidade avalia o quão bem as organizações estão integrando e utilizando ferramentas automatizadas para melhorar a eficiência e a precisão na gestão de custos na nuvem.
Benefícios do FinOps para empresas brasileiras
O Cloud FinOps oferece uma série de benefícios para as empresas que o adotam de forma eficaz. Ao seguir as práticas recomendadas, as empresas podem alcançar economias significativas em várias áreas-chave, como infraestrutura, migração e custos de suporte.
Essas economias permitem que as empresas direcionem seus recursos financeiros de forma estratégica para impulsionar o crescimento e a inovação.
Além disso, a abordagem contribui para melhorar a resiliência operacional das empresas. Ao implementar práticas que aprimoram a qualidade do serviço e fortalecem a postura de segurança contra riscos, as empresas podem enfrentar desafios operacionais com mais confiança. Isso resulta em um ambiente mais robusto e confiável, garantindo a continuidade dos serviços e mitigando possíveis riscos de segurança. Outro benefício chave do FinOps é sua capacidade de acelerar o tempo de lançamento de produtos e serviços.
Ao promover uma entrega mais fluida, concentrando-se na produtividade dos desenvolvedores, na frequência de lançamentos e na agilidade dos negócios, as empresas podem responder mais rapidamente às demandas do mercado.
Quer saber como a UDS te ajuda a ter mais economia em nuvem?