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devsecops equipe de desenvolvimento operações e segurança integrada
devsecops equipe de desenvolvimento operações e segurança integrada

Como implantar DevOps e DevSecOps no meu ambiente de dev?

O que você vai encontrar neste artigo:

Todo líder de TI busca constantemente a eficiência. Ao mesmo tempo, é preciso garantir a velocidade das entregas e a segurança nos ambientes de desenvolvimento de software. É por isso que a adoção das culturas DevOps e DevSecOps são cada vez mais importantes no ciclo de desenvolvimento, já que aumentam a produtividade e a qualidade dos produtos de tecnologia.

Veja neste artigo como colocar esses processos em prática na sua empresa.

Diferenças entre DevOps e DevSecOps

O DevSecOps evoluiu do DevOps, mas as duas práticas têm objetivos complementares.

A abordagem DevOps é a combinação de “Desenvolvimento” e “Operações”. É uma abordagem de desenvolvimento de software com foco na eficiência. Os principais objetivos são encurtar o ciclo de vida de desenvolvimento de software e permitir desenvolvimento e entrega contínuos. Também visa garantir que a entrega permaneça eficiente, sustentável, segura e previsível.

Já a DevSecOps significa “Desenvolvimento, Segurança e Operações”. Trata-se de uma extensão da prática de DevOps e se concentra na segurança para identificar, tratar e evitar as vulnerabilidades em todas as fases do ciclo de vida de desenvolvimento. Para isso, adota procedimentos e ferramentas para que o produto seja de fato seguro e tenha a velocidade do DevOps.

Portanto, enquanto o DevOps se concentra na eficiência das entregas, dando velocidade ao ciclo de desenvolvimento, o DevSecOps busca garantir que as entregas sejam não apenas ágeis, mas seguras desde a construção até o lançamento.

Os malefícios das vulnerabilidades de segurança

Com a agilidade de desenvolvimento e tecnologia, os ataques virtuais também se tornam mais sofísticados. Dessa forma, organizações enfrentam novos desafios quando o assunto é segurança.

O temor das empresas não é à toa, já que o Brasil ocupava o 12º lugar em incidentes de vazamento no ano de 2022, segundo pesquisa da SurfShark, empresa especialista em cibersegurança. Grandes organizações internacionais em tecnologia também escapam desse risco, como por exemplo o Facebook, que em 2018 teve seu primeiro grande vazamento de dados, com 15 milhões de pessoas afetadas por vazamento de informações como nome, telefone e e-mail.

Mas o que essas vulnerabilidades causam na prática? São inúmeros problemas, tais como: 

  • Ataques cibernéticos: as vulnerabilidades podem ser exploradas por invasores para comprometer a segurança dos sistemas;
  • Perda de dados: as vulnerabilidades de segurança podem permitir que dados confidenciais sejam vazados ou roubados, causando danos à empresa e aos seus clientes;
  • Interrupção dos negócios: os ataques cibernéticos podem levar à interrupção dos negócios, causando perda de receita;
  • Danos à reputação: os ataques cibernéticos podem causar danos à imagem e credibilidade da empresa, prejudicando sua capacidade de atrair clientes e parceiros;
  • Aumento dos custos: ataques cibernéticos e as demais vulnerabilidades podem levar a um aumento dos custos, como custos de recuperação de dados, custos de consultoria e custos de multas e sanções.

Todos esses riscos podem impactar inúmeras pessoas, para além da organização. Em tempos de LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), eles representam um risco jurídico sério, o que torna as empresas cada vez mais responsáveis pelo que acontece com as informações sensíveis disponíveis em seus produtos e serviços. 

Agora que você já entende a importância das abordagens, confira como é a jornada de implantação de cada uma delas. Veja também os benefícios que elas trazem para o desenvolvimento de software.

As 5 fases de implantação do DevOps

1ª Fase – Planejamento ágil

É a etapa de planejamento e codificação do sistema ou aplicativo. Envolve também a definição de metas e padrões de qualidade e criação do escopo do projeto. A partir daí, os desenvolvedores passam para a escrita dos códigos.

Importante: Deve-se sempre utilizar ferramentas de controle de versão durante o desenvolvimento, para monitorar todas as alterações realizadas no código que está sendo criado.

2ª FaseTeste Contínuo

Nessa fase, o sistema que está sendo desenvolvido precisa ser testado continuamente para identificar falhas e bugs antes do fim do desenvolvimento. Dessa forma, os testes são realizados com alta frequência, para que os problemas possam ser identificados e resolvidos assim que ocorrerem, evitando atrasos e transtornos para o projeto como um todo.

3ª Fase – Integração e entregas contínuas (Continuous Integration, Continuous Delivery – CI/CD)

A comunicação e a integração entre o time de desenvolvimento e operações de TI é fundamental para o sucesso de implantação de DevOps. A sinergia entre todos os membros da equipe envolve também informações contínuas sobre alterações de código, ferramentas utilizadas, testes e todas as atividades relacionadas ao projeto.

4ª Fase – Implantação contínua

Refere-se à validação do código desenvolvido para cada funcionalidade ou atualização. A implantação deve ser automatizada para garantir que o código validado possa ser integrado rapidamente ao ambiente de produção. Ou seja, o desenvolvedor deve ser capaz de rodar o seu código de forma a implementá-lo e já adicioná-lo ao produto final.

5ª Fase – Monitoramento

É preciso monitorar continuamente o desempenho da implementação do DevOps na empresa, incluindo a performance dos membros do time de TI, a partir de uma série de indicadores e métricas. Com isso, também é necessário monitorar cada uma das outras fases, as ferramentas utilizadas, a qualidade das entregas, entre outros elementos que ajudam a identificar problemas e gargalos, criar planos de ação capazes de corrigir a rota da empresa e potencializar os seus resultados.

Principais benefícios do DevOps

1. Segurança: ao aplicar a cultura DevOps, é possível rastrear e garantir a conformidade de código, mantendo os padrões de qualidade necessários para a segurança da informação;

2. Agilidade nas entregas: com a automatização do processo de publicação de software em produção, o ciclo de desenvolvimento fica mais curto e previsível;

3. Mais confiança: como toda e qualquer alteração realizada em código é registrada, sempre que um erro for identificado no ambiente de produção, é possível rastreá-lo rapidamente, aplicar as correções e publicar o novo código;

4. Mais colaboração: a integração entre setores e times rompe os silos e tende a eliminar problemas de comunicação, aumentando o senso de responsabilidade e de cooperação entre equipes, o que é fundamental para o processo de desenvolvimento de software;

5. Redução de custos: a correção de erros durante o ciclo de desenvolvimento tem impacto direto sobre o custo do software, já que reduz o tempo de trabalho dos times, poupando recursos que podem ser redirecionados para novos projetos.

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Algumas das melhores práticas de DevOps

Embora não haja consenso sobre um conjunto com todas as melhores práticas de DevOps – pois a abordagem já é uma boa prática per se –, algumas delas são obviamente decorrentes da adoção de seus processos e da sua cultura:

• Gerenciamento ágil de projetos

As equipes entregam valor aos seus clientes mais rapidamente e com menos dores de cabeça. Dessa forma, os incrementos são menores, mas entregues de forma contínua, sem esperar por uma única data de lançamento.

• “Shift-Left”

Quando são “deslocados para a esquerda”, os testes de segurança de código são antecipados. Isso garante detectar bugs e outros problemas no início do ciclo de desenvolvimento, reduzindo esforços e custos para corrigir falhas.

• Automação

Em vez de verificar manualmente o código, o CI/CD automatiza esse processo, permitindo atualizações de código regularmente no repositório principal. Os testes automatizados podem incluir ainda testes de ponta a ponta, testes de unidade, testes de integração e testes de desempenho.

• Monitoramento do pipeline

É importante monitorar o pipeline de DevOps para que uma compilação interrompida ou um teste falho não causem atrasos desnecessários. A automação melhora tremendamente a velocidade do desenvolvimento, mas se houver uma falha em um processo automatizado e ninguém souber, é melhor fazer o trabalho manualmente.

• ​​​​​​​Observabilidade constante

A observabilidade permite depurar ativamente o sistema através de ferramentas e relatórios de monitoramento e status, aplicados tanto ao sistema quanto à infraestrutura. Por exemplo, se houve interrupção ou degradação do serviço, bugs e atividades não autorizadas. Nesse caso, é preciso saber o que está corrompido e entender o motivo, antes que ocorram mais danos, e qual o caminho mais rápido para restaurar o serviço.

• ​​​​​​​Feedback contínuo

Os membros da equipe precisam de todas as informações necessárias para realizar seus trabalhos em tempo hábil, ou não é possível atingir os objetivos do DevOps (qualidade e agilidade). Ou seja, a equipe deve ser alertada imediatamente sobre qualquer falha no pipeline e ter acesso rápido aos resultados de teste de código (que devem ser claros e completos). No gerenciamento de produtos, a equipe é informada sobre quaisquer falhas de produção, bugs ou deficiências de desempenho.

• ​​​​​​​Mudança de cultura

DevOps requer colaboração, transparência, confiança e empatia. Vamos admitir que a maior parte das empresas ainda precisa de muito esforço para desenvolver essas qualidades. As organizações com desenho tradicional são isoladas, o que significa que diferentes equipes têm áreas separadas de responsabilidade e a comunicação ou colaboração é mínima entre equipes. Mudar essa cultura exige tempo e esforço.

DevSecOps: boas práticas de implantação

1. Auditorias de segurança

É um levantamento da situação atual dos processos e serviços de toda a infraestrutura que suporta os projetos de software e aplicativos para encontrar vulnerabilidades, corrigir e remover completamente as cadeias fracas. Isso pode incluir código de produção em data centers, ambientes virtuais, nuvens privadas, nuvens públicas, contêineres, serverless, microsserviços e muito mais. 

Guia definitivo da Migração para Nuvem.

2. Automatização dos testes de segurança

Depois de identificar e corrigir os pontos fracos de segurança, é hora de desenvolver soluções automáticas de escaneamento de segurança para testar com antecedência, frequentemente e rápido. Esse processo fará parte de cada teste unitário de novos recursos adicionados. É assim que os requisitos de segurança são atendidos desde o início do processo de desenvolvimento de aplicações.

Os testes de segurança mais comuns são:

1. Análise Estática de Código (SAST – Static Application Security Testing)

No início do pipeline, a SAST entra em ação, examinando o código-fonte em busca de vulnerabilidades antes mesmo da compilação. 

Essa análise estática identifica potenciais brechas de segurança no código-fonte, proporcionando correções proativas e evitando que vulnerabilidades se perpetuem ao longo do desenvolvimento.

2. Verificação de Dependências

A integração contínua de ferramentas que verificam dependências é um passo crucial para evitar vulnerabilidades provenientes de bibliotecas desatualizadas ou com falhas de segurança conhecidas. 

Isso garante que o software seja construído sobre uma base sólida, livre de riscos associados a componentes desatualizados.

3. Testes Dinâmicos de Segurança (DAST – Dynamic application security testing)

À medida que o software avança no pipeline, os testes dinâmicos de segurança entram em cena. Esses testes simulam ataques reais ao aplicativo em execução, identificando possíveis vulnerabilidades que podem surgir somente em ambiente de produção. 

Dito isso, a detecção de falhas nesta fase permite correções antes que o software seja implantado, evitando potenciais riscos para a segurança.

4. Análise de Composição de Software (SCA – Software Composition Analysis)

Com a proliferação do uso de bibliotecas e componentes de terceiros, a análise de composição de software torna-se vital. Essa prática avalia a segurança das dependências utilizadas, identificando qualquer componente suscetível a vulnerabilidades conhecidas. 

Ao abordar essas vulnerabilidades antecipadamente, as equipes garantem que seu software seja construído sobre uma base segura e confiável.

5. Automação de Políticas de Segurança e Monitoramento Contínuo

A automação de políticas de segurança garante que as diretrizes de segurança da organização sejam aplicadas consistentemente em todo o ciclo de vida do desenvolvimento. 

Além disso, o monitoramento contínuo não apenas observa o ambiente em busca de ameaças potenciais, mas também possibilita respostas imediatas a eventos de segurança, contribuindo para a rápida mitigação de possíveis riscos.

3. Monitoramento contínuo

Uma vez que o produto seja liberado, a busca por vulnerabilidades durante o desenvolvimento, teste e operações deve ser um processo constante. É preciso entregar o código com frequência para que as vulnerabilidades possam ser identificadas rapidamente a cada atualização de código.

Se todas estas fases forem aprovadas, é hora de implementar as fases de segurança para os testes dos sistemas em execução. 

As 6 Fases do ciclo de DevSecOps

Em geral, o pipeline típico de DevSecOps tem 6 estágios que respeitam o processo de SDLC padrão. Ele inclui etapas como planejamento (Plann), codificação (Code), construção (Build), teste (Test), liberação (Release) e implantação (Deploy). Veja rapidamente como aplicar cada uma delas:

1. Plann 

Desenvolva um planejamento para identificar os cenários de onde, como e quando o teste ocorrerá. Além disso, isso inclui identificar os riscos potenciais e as medidas de mitigação necessárias para que nenhum vazamento ou ataque aconteça.

2. Code 

A equipe de desenvolvimento começa a trabalhar no código instalando editores de código, IDEs e outras ferramentas para produtividade máxima e seguem certos padrões para uma codificação uniforme. É a parte mais longa e substancial do processo, pois é onde o projeto real é criado para testagem.  

3. Build 

Durante o processo de desenvolvimento, use as ferramentas SAST para descobrir problemas no código antes de passar para a próxima fase do pipeline.

4. Test 

Certifique-se de que o aplicativo esteja seguro usando as ferramentas de teste dinâmico de segurança (SAST e DAST) no ambiente de execução.

5. Release 

Use ferramentas de análise de segurança para realizar testes rigorosos e verificação de vulnerabilidades antes do lançamento.

6. Deploy 

Depois de executar os testes, envie uma compilação segura para a produção. 

Principais Benefícios do DevSecOps

  • Melhor qualidade e segurança da aplicação;
  • Recuperação mais rápida de incidentes de segurança;
  • Melhores implantações de serviços em nuvem com protocolos de segurança fortes;
  • Identificação e correção antecipada de vulnerabilidades no código;
  • Aumento do uso de automação, especialmente em testes de controle de qualidade;
  • Redução de custos operacionais e economia de tempo: quanto mais cedo você encontrar bugs, mais barato será para você corrigi-los.

Abordagens que abrem caminho para a inovação

A implantação do DevOps e DevSecOps pode não ser simples e exigir certo tempo para vingarem no ambiente de desenvolvimento. Mas, certamente, os benefícios do superam as possíveis dificuldades iniciais.

Afinal, as melhorias no ciclo de desenvolvimento se refletem na qualidade e na segurança de produtos, em menos falhas e mais produtividade. E tudo isso leva a entregas de valor mais rápidas e à economia de recursos.

Os reflexos também alcançam as equipes multifuncionais de operações e desenvolvimento, com mais comunicação, cooperação e mudança de mindset, o que incentiva a experimentação e a inovação.

Porém, é importante frisar que não existe um pipeline de DevOps/DevSecOps padrão. Dessa forma, a implementação desses processos depende da empresa, do nível de experiência das equipes, do orçamento e de muitos outros fatores. Está pensando em adotar a cultura DevOps/DevSecOps? Busque o apoio de uma empresa especializada em serviços de tecnologia e ajudar você a avançar no mercado de TI.

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Simone Marques

Jornalista, especialista em mídias digitais e estrategista de conteúdos de tecnologia na UDS.

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