O React Native é um framework híbrido utilizado para escrever aplicativos móveis multiplataforma e que tem chamado a atenção dos desenvolvedores por suas características, facilidades e uma série de vantagens.
Baseado em ReactJS – a biblioteca JavaScript do Facebook –, o React Native é focado na interface do usuário, o que faz com que os aplicativos carreguem mais rapidamente e tenham fluidez.
Não é de se admirar que o React Native venha conquistando desenvolvedores e empresas ao oferecer uma maneira de construir aplicativos móveis de forma mais simples e otimizada. Criado para ser compatível com as plataformas Android e iOS, basta codificar uma vez para ambas, o que ajuda a economizar tempo de desenvolvimento.
Por sua versatilidade, esse framework é adotado com sucesso por centenas de empresas em todo o mundo, incluindo Tesla, Tableau, Discord, Airbnb, Uber, Microsoft, Bloomberg, Walmart e Meta/Facebook (a “mãe” do React Native).
Como e quando o React Native surgiu?
O React Native nasceu em 2013 em um hackathon entre desenvolvedores do Facebook. Lançado ao público em 2015, em apenas três anos se tornou o segundo repositório mais popular no GitHub, e hoje continua sendo um dos frameworks de desenvolvimento mais usados para construir aplicativos móveis para iOS e Android. Ainda hoje pertence à Meta Platforms, Inc., mas é open source.
“Hello World”: Como o React Native funciona?
O React Native possui um conjunto de componentes que interagem com as APIs nativas e operam simultaneamente em plataformas iOS e Android para criar um aplicativo móvel com aparência nativa.
Em outras palavras, os aplicativos criados em React Native têm acesso direto a todas as APIs nativas e visualizações oferecidas pelo sistema operacional móvel subjacente. É por isso que eles têm o mesmo efeito e desempenho de um aplicativo nativo.
Ao construir um aplicativo em React Native, usa-se uma mistura de JavaScript e marcação XML: a sintaxe JSX. Então, a partir dessa “ponte” (chamada de “Native Bridge”), o React Native invoca as APIs de renderização nativas em Objective-C (para iOS) ou Java (para Android).
A “ponte” é estruturada em C++/Java e é responsável pela comunicação entre o thread nativo e o JavaScript. Um protocolo personalizado faz a comunicação entre as propriedades entre as partes.
Isso significa que o app será renderizado usando componentes reais de interface do usuário móvel, e não visualizações Web, já que ele não direciona o navegador, mas atua dentro da própria plataforma.
Já os componentes básicos, como Visualização, Texto e Imagem, são como blocos de construção de interface do usuário nativos da plataforma.
Quais as características básicas do React Native?
Além de acessar a interface e os recursos nativos do Android e iOS utilizando JavaScript, este framework tem outras propriedades marcantes e fundamentais que entusiasmam desenvolvedores:
• O código produzido é semelhante ao ReactJS para Web.
• Possui a base de conhecimento compartilhada entre o desenvolvimento mobile e front-end.
• Todo o código desenvolvido é convertido para a linguagem nativa do sistema operacional.
• O mesmo código é utilizado para as plataformas iOS e Android.
• Por ser multiplataforma e open source (disponível no GitHub), é possível desenvolver aplicações personalizadas para qualquer outro sistema operacional (Windows, macOS ou Linux).
Os componentes fundamentais do React Native
O React Native fornece vários componentes principais integrados prontos para uso. Mas não é preciso ficar limitado aos componentes e APIs básicos: há uma comunidade de desenvolvedores que disponibiliza milhares de bibliotecas para usos específicos.
A estrutura padrão do React Native possui os seguintes componentes fundamentais:
Visualizações O componente mais fundamental para construir uma interface de usuário. |
Texto Um componente para exibir texto. |
Imagem Um componente para exibir imagens. |
TextInput Um componente para inserir texto no aplicativo por meio de um teclado. |
ScrollView Fornece um contêiner de rolagem que pode hospedar vários componentes e exibições. |
Folha de estilo Fornece uma camada de abstração semelhante às folhas de estilo CSS. |
Apenas para dar uma ideia desta estrutura básica, o desenho do fluxo de componentes pode ser ilustrado assim:
Por fim, veja esse exemplo de um projeto com o código em React Native para a criação de um app:
Principais vantagens em utilizar o React Native
- Experiência do usuário fluida.
- Carregamento mais rápido de apps.
- Melhor integração entre funções dos dispositivos, como câmera, giroscópio, etc.
- Redução de custos de produção, já que o código pode ser reaproveitado em até 100% entre as plataformas.
- Diminui em até 50% a duração do projeto de desenvolvimento de aplicativos.
- Facilita a criação de interfaces mais complexas e interativas: suas bibliotecas ajudam os desenvolvedores a economizar tempo, sem precisar construir tudo do zero.
- Atualizações ou alterações são realizadas com a máxima eficiência, pois esse framework renderiza apenas os componentes modificados. Resultado: um sotftware com maior escalabilidade e mais autonomia nos microsserviços. (Adeus, recompilação!)
- Compila e inicia rapidamente os aplicativos iOS/Android graças à sua estrutura baseada em componentes.
Qual é a pior desvantagem do React Native?
Imagine que você comprou uma Ferrari e, por algum motivo desconhecido, resolveu substituir o poderoso motor pelo de uma moto genérica qualquer. Você teria a aerodinâmica correta para correr a até 400 Km/h, mas o motor não vai além de 70 Km/h.
Isso pode ocorrer com os aplicativos em React Native. É um framework excelente para um aplicativo básico, mas se for necessário rodar ações mais complexas, o desempenho sofre muito devido ao uso excessivo de RAM por parte do JavaScriptCore.
Mas é possível corrigir isso com o mecanismo Hermes (JS), que oferece um desempenho muito melhor do que o JSC padrão. Há também a opção de turbinar o desempenho do React Native com o motor V8 do Chrome. Para os fins deste artigo básico, não vamos entrar em detalhes de como fazer a migração desses mecanismos.
React Native versus Node.JS (e outros concorrentes)
O React Native é simples, rápido e eficiente e é uma ótima escolha para os desenvolvedores que já têm experiência em JavaScript, pois não há necessidade de aprender Java específico para Android ou a Swift do iOS.
É claro que o React Native possui concorrentes muito bons no mercado, como o Flutter e o Cordova, mas sua aceitação é gigantesca a cada ano que passa.
Por fim, há quem defenda o Node.JS como alternativa ao React Native. Isso não é correto, pois, embora ambas sejam baseadas em JavaScript, são duas tecnologias completamente diferentes: é como comparar uma maçã com um abacaxi, por exemplo. Não se pode dizer se a maçã é melhor ou pior, ou vice-versa. Basta escolher um deles, dependendo das necessidades do seu projeto ou propósito, ou combinar ambos. Mas aí já é outra história.
Se você quer saber mais sobre os componentes, APIs, arquitetura e outros detalhes sobre cada ambiente de desenvolvimento e como começar a desenvolver em React Native, visite o site oficial.
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