Erros no desenvolvimento de aplicativos híbridos

Negligenciar alguns aspectos no desenvolvimento de aplicativos resulta em falhas, mesmo que você tenha uma equipe qualificada. Neste artigo, destacamos 5 erros no desenvolvimento de aplicativos híbridos e as objeções mais comuns ao seu desenvolvimento.

Explicamos também como resolver esses problemas. Thalisson Tavares, desenvolvedor de aplicativos da UDS, traz respostas para cada um deles, mostrando que os aplicativos híbridos podem ser uma excelente escolha. Vale a pena conferir.

Antes, veja algumas diferenças básicas entre aplicativos nativos e híbridos:

5 erros no desenvolvimento de aplicativos híbridos que causam falhas

Erro 1: Custos ocultos do desenvolvimento híbrido

“O desenvolvimento híbrido é mais barato. É escrever uma vez e rodar em qualquer lugar.”

Esta premissa pode realmente funcionar para um aplicativo híbrido simples, com apenas algumas telas e algumas linhas de HTML, CSS e Javascript. Então, junte tudo dentro do WebView e você terá rapidamente um aplicativo híbrido.

Mas se você precisa de um aplicativo que gere receita e forneça grande valor aos seus clientes, vai precisar de um produto mais complexo e consistente.

Por que isso acontece?

Aplicativos híbridos são difíceis de modificar e customizar os componentes nativos.

Alterações, personalizações e atualizações exigem bibliotecas específicas ou que talvez nem estejam disponíveis, como veremos a seguir. Isso significa mais tempo de desenvolvimento e complexidade, implicando em custos adicionais para evitar os erros no desenvolvimento de aplicativos híbridos.

Como resolver?

O desenvolvimento híbrido leva vantagem em relação ao nativo quando falamos de custos, mesmo em produtos e projetos mais complexos. Ou seja, por se tratar de um único código-fonte para diversas plataformas, o produto pode ser entregue muito rapidamente.

Já que não é necessário ter um desenvolvedor especialista em cada plataforma, vale investir mais na prevenção de falhas durante o projeto. Mesmo considerando seus custos adicionais, no geral o preço continua sendo menor em comparação com o desenvolvimento nativo.

Erro 2: Bibliotecas indisponíveis

Ao criar um aplicativo móvel híbrido, você precisa ter algum tipo de “ponte” entre a visualização nativa e a Web. 

O Cordova, por exemplo, expõe a API ao Javascript e lida com todo o trabalho nativo. Isso é incrível para pequenos aplicativos e protótipos, porque permite que você crie e lance com frequência, mas pode ser péssimo quando se trata de criar aplicativos robustos e duradouros para seus usuários.

O que acontece quando não há API disponível para o Javascript rodar o recurso que o aplicativo híbrido precisa? 

É preciso encontrar um plugin de terceiros escrito por outra pessoa ou escrevê-lo, o que requer habilidade do desenvolvedor, que precisa conhecer as linguagens envolvidas nas duas plataformas nativas.

Por que isso acontece?

Os sistemas Android e iOS são atualizados com muita frequência e as versões anteriores são alteradas ou se tornam obsoletas. Mas o problema é que nem sempre os plugins instalados no aplicativo híbrido são atualizados imediatamente. 

Então, se algo não for compatível, será preciso esperar para obter a atualização para a nova versão. Na pior das hipóteses, não haverá atualização e será necessário encontrar outra biblioteca.

Como resolver?

Frameworks como Flutter e React Native têm uma comunidade gigantesca de especialistas para ajudar. Por se tratarem de frameworks de código aberto, eles podem auxiliar no desenvolvimento e atualização das bibliotecas. 

Quando ocorre alguma alteração no SO, os diversos packages disponíveis são atualizados rapidamente, seja em Android ou iOS. 

Por exemplo, o Flutter, criado pela Google, possui uma equipe exclusiva para dar suporte.

Além disso, a comunidade é bastante engajada e auxilia na atualização das dependências.

Erro 3: Design limitado

Que a aparência do aplicativo desempenha um papel importante na experiência de usuário, a gente sabe. Mas a interface dos aplicativos híbridos pode variar, a depender da versão do software, da plataforma e do sistema operacional que está sendo usada: recursos e padrões diferentes.

Por que isso acontece?

Por não possuir ajustes individuais para diferentes sistemas operacionais, a aparência típica da respectiva plataforma pode não ser replicada. Isso limita a experiência do usuário.

As estruturas de aplicativos híbridos prometem mudar a aparência com base no sistema operacional, mas a experiência não é tão boa quanto deveria. 

Os componentes de interface do usuário são difíceis de editar e as animações e transições avançadas não funcionam.

Como resolver?

Frameworks como Flutter e React Native podem resolver bem a questão da aparência em aplicativos híbridos. O Flutter dispensa a utilização da “ponte” entre o código e os componentes nativos para criação das telas. Já o React Native oferece uma possibilidade de experiência tão próxima quanto a dos nativos.

Erro 4: Desempenho ruim

O desempenho tem um papel fundamental em deixar uma boa impressão para o usuário. O aplicativo deve carregar rápido e apresentar transições suaves nas telas dos dispositivos. Portanto, esperar para carregar ou baixar provoca o abandono do aplicativo.

Uma solução híbrida requer código nativo para carregar o aplicativo híbrido de dentro do WebView. A Apple, em média, exige que os aplicativos carreguem em menos de 400 ms. Com Cordova, Angular e outras bibliotecas de código aberto, pode levar até 3 segundos ou mais para carregar seu aplicativo.

Por que isso acontece?

Em um aplicativo híbrido, os componentes e a lógica não interagem diretamente com o sistema operacional do dispositivo. Eles são carregados através do componente WebView que então se comunica com os outros componentes.

A desvantagem dessa abordagem é que existem muitas plataformas e versões de plataforma circulando, todas se comportando de maneira diferente quando se trata do componente WebView.

Adicionar complexidade extra a qualquer aplicativo terá efeitos negativos em termos de consistência nas plataformas.

Como resolver?

Nesse caso, podemos usar novamente o framework Flutter. Como ele dispensa a utilização de uma “ponte”, ou seja, de um intermediário entre o framework e o código nativo, o desempenho é bastante similar ao do desenvolvimento nativo, além de conter seus próprios widgets (componentes) para tornar o processamento mais rápido.

Erro 5: Dificuldades de atualização nas plataformas

Quando o Google e a Apple lançam novas versões do sistema operacional, eles dão aos desenvolvedores nativos acesso antecipado aos SDKs (kits de desenvolvimento de software) para começar a testar os recursos recém-adicionados. 

Assim, os desenvolvedores testam e integram novos recursos em seus aplicativos, garantindo que estejam disponíveis no momento em que os usuários atualizarem para a nova versão do sistema operacional. Mas é possível que uma plataforma fique desatualizada em relação a outra por dessincronia de timing.

Por que isso acontece?

Os desenvolvedores de aplicativos híbridos precisam esperar que terceiros criem plugins que unam os novos recursos do sistema operacional aos aplicativos. 

Como vimos, uma alternativa é criar o próprio plugin. O pior caso é nunca ter suporte aos recursos desejados, enquanto seus concorrentes aproveitam os benefícios do desenvolvimento de aplicativos nativos.

Como resolver?

Quando precisamos gerar uma nova versão do app híbrido, seja uma correção pontual ou uma nova feature desenvolvida, basta executar uma nova compilação (build) dessa aplicação e disponibilizar o que foi gerado para a camada de integração. No caso de aplicações Cordova, não é necessário lançar uma nova versão do app nas lojas mobile. Isso quer dizer que a alteração será implícita para o usuário, já que ele não precisa atualizar o app, apenas reabri-lo.

Outra boa solução é utilizar Flutter, que oferece o recurso Hot Reload para visualizar as alterações realizadas em tempo real. Isso permite uma codificação mais rápida e precisa, adicionando recursos e corrigindo os erros no desenvolvimento de aplicativos híbridos. 

Tecnicamente, o Hot Reload implementa o código-fonte atualizado diretamente no ambiente virtual Dart. Ao atualizar as classes com novas versões de recursos, a estrutura Flutter reconstrói automaticamente a árvore de widgets e é possível visualizar instantaneamente os efeitos das alterações.

Aplicativo híbrido ou nativo: como escolher?

Aqui estão alguns pontos importantes para você considerar antes de optar por construir um aplicativo híbrido:

• Quais recursos você precisa?

Identifique os recursos que podem ser feitos no híbrido e aqueles que só podem ser feitos em um aplicativo nativo. Um teste simples é perguntar: “Isso pode ser visto em um site?” Ou então, você precisará criar o aplicativo usando código nativo.

• O desempenho é sua principal prioridade?

Os aplicativos híbridos podem ser mais lentos que os aplicativos nativos. Se o desempenho consta em sua lista de prioridades, o seu aplicativo deve ser nativo.

• Você precisa de uma interface de usuário interativa?

Você nunca verá nenhum aplicativo popular de jogo para celular desenvolvido usando uma estrutura híbrida. Por quê? Os aplicativos híbridos não são uma boa escolha para lidar com gráficos e animações 3D ou que exijam alta interatividade.

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Como evitar erros no desenvolvimento de aplicativos híbridos?

No universo do desenvolvimento de software há diversas crenças que podem levar a pensar que as coisas são definitivamente boas ou ruins, mas na verdade, cada abordagem tem suas vantagens e desvantagens. 

Um aplicativo móvel é um processo contínuo, com várias revisões e testes até chegar na versão do produto pronto para ser lançado. Também é preciso realizar atualizações recorrentes.

Para evitar o risco de criar um produto inconsistente e desperdiçar recursos, escolha uma empresa de desenvolvimento de software que seja confiável e tenha a experiência necessária para criar um aplicativo de alta qualidade, seja ele híbrido, nativo ou da web. Ela será sua parceira em toda a jornada de criação, lançamento e suporte do produto.

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