O que aplicativos de sucesso como o Facebook, Dropbox e Spotify têm em comum? Todos eles foram lançados inicialmente como um Produto Mínimo Viável (MVP) para, gradualmente, se tornarem plataformas maduras, lucrativas e amadas por milhões de clientes. Mas existem vários tipos de MVP no desenvolvimento de aplicativos: qual deles é mais adequado para seu projeto?
O que é um MVP?
Basicamente, um MVP (Mínimo Produto Viável), é a versão mais simples de um produto que pode ser lançada com uma quantidade mínima de esforço e desenvolvimento.
O objetivo é apresentar uma versão básica aos consumidores para coletar feedbacks preciosos sobre o produto. Dessa forma, o time de desenvolvimento saberá o que está faltando e quais são seus pontos fortes e fracos.Em outras palavras, o MVP é capaz de provar (ou não) se a sua ideia inicial terá sucesso no mercado.
Quais as vantagens do MVP no desenvolvimento de aplicativos?
Mais agilidade para lançar um novo produto
A primeira, talvez mais relevante, delas é ganhar tempo.
Ao invés de passar meses e meses elaborando uma estratégia (que pode ser boa apenas no papel) para então lançar o produto final, o MVP permite dar vida à ideia e colocá-la em prática em menos tempo, antes que ela fique ultrapassada ou outra pessoa faça primeiro.
Validação da ideia pelo usuário
A segunda vantagem é aprender com o usuário. É ele quem vai dizer se a ideia é boa ou não, validar ou sugerir funcionalidades. Afinal, nem todo detalhe do projeto é viável na prática!
Tentar adivinhar o que o usuário quer e precisa é arriscado e caro, e é aqui que temos a vantagem financeira. Com o MVP, o budget pode ser recalculado, já que o escopo inicial é revisto e o desenvolvimento do aplicativo não perderá tempo com funções inúteis.
Em resumo, um MVP é importante no desenvolvimento de qualquer aplicativo, já que permite testar e executar o software com recursos e investimentos mínimos, reduz o tempo geral de desenvolvimento e permite que a ideia seja colocada em prática o mais cedo possível.
Características essenciais de um bom MVP:
- Oferece valor suficiente para os usuários desde o início.
- Mostra seus benefícios futuros para atrair os primeiros usuários.
- Gera feedback valioso para orientar o desenvolvimento.
Acima de tudo, o MVP mostra se os clientes comprarão, de fato, o seu produto. A versão deve ser capaz de coletar a quantidade máxima de aprendizado com o mínimo de esforço.
Tudo isso permite alterações com base nos feedbacks dos usuários e garante que a versão final corresponda ao que as pessoas esperam.
Os 5 principais tipos de MVPs
1) MVP Protótipo
É um dos mais custosos, mas também mais eficientes. Basicamente, é um exemplar funcional do produto que é disponibilizado para os usuários testarem e avaliarem. A partir da utilização, é possível avaliar a funcionalidade, popularidade e demais aspectos do aplicativo para validar o produto final.
Por possuir uma enorme eficácia na validação, este tipo de MVP é amplamente utilizado sobretudo por big techs como Facebook e Amazon.
2) MVP Concierge
Funciona através de esforço humano, a partir do contato com potenciais usuários e uma proposta de valor que será ou não validada, simulando o processo sem um produto pronto e codado.
O MVP Concierge é personalizado de acordo com a necessidade do negócio e oferecido apenas a um seleto grupo de usuários. Conforme se levantam dados, é possível ajustar a ideia a um formato mais adequado. Isso reduz bastante os custos de desenvolvimento do produto e ajuda a eliminar riscos de investir em um modelo de negócios que não trará retorno.
3) MVP “O Mágico de Oz”
Tem características semelhantes ao Concierge, mas possui uma interface do aplicativo pronto e funcional para que os usuários possam realizar os testes.
Assim como no filme O Mágico de Oz, onde o mágico trabalha por trás da cortina para apresentar um determinado ambiente para seu público, este MVP apresenta ao seu público-alvo a ilusão de um produto totalmente desenvolvido.
Ou seja, nos bastidores, alguém cuida manualmente de alguma etapa do serviço oferecido para colher respostas e obter insights. Se houver interesse suficiente, pode-se desenvolver processos mais automatizados.
4) MVP Fumaça
O MVP Fumaça trata-se da divulgação das funcionalidades do produto final através de um canal de marketing (landing page, mídias sociais, etc.) para avaliar o interesse do público-alvo. É uma forma de visualizar se o seu produto ou serviço é atrativo para o público que você quer atingir.
Apesar de ser considerado como menos eficaz em relação aos outros tipos de MVP no desenvolvimento de aplicativos (pois a ideia ainda não foi executada), a plataforma de arquivos em nuvens Dropbox utilizou o MVP Fumaça com sucesso.
Em vez de desenvolver o produto, a empresa lançou um vídeo (veja abaixo) explicando o serviço; quem se interessasse poderia enviar um e-mail e se inscrever. Ao todo foram mais de 70 mil e-mails recebidos em apenas 24 horas.
Em resumo, o vídeo era o mínimo produto viável e validou o valor (hipótese) da empresa: os usuários demonstraram que desejavam o Dropbox.
5) MVP Duplo
Este tipo de MVP consiste na apresentação de dois protótipos do mesmo produto ou serviço para que sejam testados e avaliados pelos usuários. Logo, trata-se de um teste A/B.
Neste teste, os modelos apresentados possuem características que os diferenciam como tamanho, forma de uso, sistema operacional, compatibilidade e maneiras de segurar e/ou transportar.
Com isso, é possível coletar e analisar dados referentes à experiência do usuário e performance para, então, determinar qual dos modelos tem melhor desempenho do mercado.Assim como o MVP Protótipo, o Duplo também requer um valor de investimento considerável.
Como criar um MVP de aplicativo?
Primeiramente, tenha em mente que um MVP não é um produto mal feito, e sim que funciona, embora com capacidade reduzida. Não é como oferecer um bolo inteiro sem recheio, é servir uma fatia de bolo deliciosamente recheado.
Assim, para criar o MVP e testar a viabilidade do seu aplicativo siga as seguintes etapas:
Planeje seu produto
Liste diferenciais, vantagens competitivas, carências e objetivos. Enfim, crie uma proposta de valor (POC).
Identifique seu usuário
Crie personas, mapeie seu comportamento, anseios e jornada de uso. Identifique quando e onde ela utilizará seu aplicativo.
Defina o MVP
Conhecendo o usuário e suas dores, estabeleça as funcionalidades mínimas e prioritárias para uma boa utilização do aplicativo. Liste também as dúvidas que você deseja tirar sobre a viabilidade do projeto.
Desenvolva o aplicativo
Na parte prática, escolha uma empresa com um time de desenvolvimento qualificado para criar e desenvolver as soluções mobile. Encontre uma parceira de expertise reconhecida, que possa dar todo o apoio e estrutura necessária para que esse processo seja vantajoso.
Como saber se o MVP do meu aplicativo funcionou?
Métricas comuns como a frequência de uso de um programa ou o número de downloads de um aplicativo facilitam a análise de receptividade do produto e interesse do mercado naquela solução.
Muitas vezes, esse interesse não é compatível com a expectativa dos idealizadores e não justifica o investimento ou indica que melhorias precisam ser feitas.
💡 Dica: Saiba interpretar os feedbacks para identificar as funções que precisam de aprimoramento e alinhá-las com a necessidade do usuário. Use os dados para abordar as chances de aceitação do produto e uma previsão de como ele pode gerar lucros de forma escalável.
Leia também:
- Como criar aplicativos: principais etapas para sua empresa seguir
- Como escolher uma empresa para terceirização da criação de apps
Protótipo vs. MVP: principais diferenças
O que é um protótipo?
Um protótipo é uma simulação projetada para testar o conceito de UX/UI e as funcionalidades principais de um produto. É uma maneira de representar e demonstrar o design e as funções fundamentais do software, coletar feedbacks de usuários e verificar a existência de erros de design antes de criar o produto final.
Depois que o protótipo é testado e o feedback é coletado, o software pode passar pelos estágios subsequentes do SDLC para ser finalmente desenvolvido.
Entretanto, é comum confundir MVP e protótipo porque ambos validam a ideia do produto. Por isso, vamos explicar a seguir quais são as diferenças mais importantes.
Funcionalidade: Um MVP geralmente é um produto totalmente funcional, com recursos completos, mas mínimos. Por outro lado, um protótipo é uma simulação do software projetado para parecer um produto real, mas não possui todos os recursos.
Propósito: Um MVP é criado para coletar feedback inicial dos primeiros usuários do software.Já o principal objetivo de um protótipo é entender a viabilidade da ideia, validar o problema e o desenhar uma solução.
Público-alvo: Um MVP é destinado à experimentação por parte dos usuários, enquanto, os protótipos tendem a ser de uso privado por parte de uma empresa.
Custo: Um MVP requer geralmente um orçamento alto, enquanto o protótipo tem baixo custo de desenvolvimento.
Complexidade: Os protótipos geralmente são mais simples que os MVPs, os quais entregam o principal valor ou propósito do software.
Desenvolver um MVP ou protótipo: qual escolher?
Se você já tem algum feedback sobre o design de UX e UI de seu aplicativo, você provavelmente deveria considerar a construção de um MVP no desenvolvimento de aplicativos. Caso contrário, pode considerar a criação de um protótipo clicável.
Leia também: - Desenvolvimento mobile: 6 princípios de projeto que você precisa saber
Pensando em criar um MVP para investir no desenvolvimento de aplicativos?
Sem dúvida, é muito arriscado investir em um produto perfeito e acabado sem saber como será a reação do público.
Assim, é fácil ver que um MVP ajuda a identificar e solucionar antecipadamente diversos problemas em desenvolvimento de aplicativos e softwares, economizando tempo, esforço e dinheiro.
Ou seja, é uma forma de medir se o seu projeto pode ser lucrativo para as partes interessadas e útil para os usuários. Isso significa que o MVP pode definir o sucesso de seu produto digital.
Embora um primeiro MVP possa parecer limitado, é o primeiro passo de uma jornada de aprendizagem, porque cria oportunidades preciosas de compreensão sobre as reais necessidades do cliente.
Daí em diante, com o aprendizado validado pelo usuário, é possível passar do MVP para o desenvolvimento com incrementos realmente essenciais ao produto.
Por fim, é importante dizer que é possível fazer vários testes de MVP até que o aplicativo esteja alinhado ao seu propósito e você possa partir para o investimento total.Compreendeu a importância do MVP no desenvolvimento de aplicativos? Quer saber mais? Assine nossa newsletter sobre tecnologia, desenvolvimento de software e inovação e receba conteúdos como esse em primeira mão.
