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Escopo de projeto de software: o que é e como definir?

Guia da UDS para definir escopo de software: etapas como definição de metas, planejamento, execução, monitoramento e encerramento. Ensina a evitar “scope creep”, usar triângulo (tempo, custo, escopo) e praticar escopo ágil com backlog atualizado.

Definir claramente o escopo de projeto de software ajuda a gerenciar efetivamente as expectativas das partes interessadas e garante que todos os elementos e funcionalidades estejam alinhados com os objetivos, aumentando as chances de sucesso.

Neste artigo, você vai saber os princípios de um escopo tradicional básico, a sua importância para projetos de desenvolvimento de software e também como funciona um “escopo ágil”.

O que é o escopo de projeto de software

Um escopo de projeto de software ajuda a distinguir o que está e o que não está envolvido no projeto e controla o que é permitido ou o que deve ser removido à medida que o trabalho é executado.

Além disso, estabelece fatores de controle e identificação de elementos que podem resultar em mudanças imprevistas durante o Ciclo de Vida do Projeto de Software – os temidos desvios que podem levar ao fracasso.

A partir do escopo, é possível determinar com certa exatidão as metas, os prazos e as entregas para atingir os objetivos do projeto sem atrasos de cronograma, desperdícios de recursos e de tempo ou retrabalho.

Uma vez aprovado, o escopo se torna um ponto de referência e a luz orientadora do projeto, mantendo as partes interessadas informadas e as equipes de desenvolvimento focadas.

Sem o escopo do projeto não é possível ter uma ideia de quanto tempo, custo ou mão de obra estão envolvidos no seu desenvolvimento.

Ou seja, o escopo forma a base para todas as decisões que um gerente de projeto e sua equipe devem tomar durante o trabalho de criação do software.

Como definir um bom escopo de projeto de software?

Um escopo bem definido pode ajudar a evitar problemas comuns, como:

  • Mudanças constantes de requisitos;
  • Atrasos no cronograma;
  • Um resultado final diferente do que o cliente esperava;
  • Ultrapassar os limites de orçamento.

O escopo do projeto ajuda também a distinguir o que está e o que não está envolvido no projeto, e controla o que é permitido ou o que deve ser removido à medida que o trabalho é executado.

Como uma ferramenta de comunicação e de diretrizes, o escopo deve ser desenvolvido especificamente para cada projeto, com particularidades e especificações únicas.

A estrutura básica do escopo de projeto de software pode ser construída assim:

1) Fase inicial

É quando se determina o perfil de negócios do cliente, os objetivos e o problema que o produto de software deverá resolver.

2) Planejamento

Aqui o projeto é delimitado. Geralmente, é um processo iterativo entre a equipe do projeto e o cliente. É fundamental chegar a um acordo sobre o escopo antes de passar para a próxima fase, para que todos os envolvidos tenham um entendimento compartilhado de cada elemento do projeto.

3) Execução

Nesta fase, as entregas são desenvolvidas e podem ou não ser concluídas. Por exemplo, o software pode necessitar de ajustes mesmo após a entrega. O escopo do projeto funciona aqui como ponto de referência constante para manter as equipes focadas e gerenciar as expectativas das partes interessadas.

4) Monitoramento

Nesta fase, a progressão do produto passa a ser monitorada continuamente e é aqui que se constata se é necessário ajustar cronogramas, recursos ou o próprio escopo.

5) Encerramento

É a etapa de análise do produto e dos resultados alcançados em relação às metas e objetivos declarados no escopo do projeto, com quaisquer alterações acordadas durante a entrega. Mas nem sempre quer dizer que o projeto termine neste ponto. Como veremos adiante, o escopo pode ser “vivo”.

Triângulo de gerenciamento do projeto

Cada projeto se equilibra sobre três variáveis, as quais determinam a qualidade do projeto: tempo, dinheiro e escopo. Você não pode alterar um sem afetar pelo menos um dos outros. Por exemplo, se o escopo muda, isso afeta os aspectos de tempo e dinheiro.

Assim, se o projeto começar a apresentar desvios ou dificuldades, é importante verificar se os lados do Triângulo do Projeto estão sendo bem equilibrados e gerenciados.

Na imagem, o triângulo de projeto, usado para definir escopo de projetos de software.
Cada projeto se equilibra sobre um triângulo de tempo, dinheiro e escopo.

O Desvio de Escopo: “Scope Creep”

Quando os entregáveis excedem o escopo do projeto, acontece o temido desvio de escopo (“scope creep”), que nada mais é do que trabalho adicional que a equipe de desenvolvimento de software não esperava ou para o qual não estava preparada, causando atrasos, custos adicionais e até mesmo o total desmoronamento do projeto.

desvio do escopo de projeto de software
Tirinha de Dilbert, exemplificando o Desvio de Escopo de Projeto.

Para evitar o desvio de projeto, pode-se criar uma Declaração do Escopo de Projeto e compartilhá-la com todos os interessados na fase inicial, definindo as hipóteses (premissas necessárias para fornecer uma estimativa do custo e do cronograma), objetivos, prazos, limites e restrições e o que será produzido. Em resumo, é um documento que contém o que será incluído no projeto e o que não será.

É importante saber que a Declaração de Escopo de Projeto não é unanimidade na área de desenvolvimento de software por pelo menos dois motivos:

•  É rígida, no sentido de que sua eficiência depende da obediência praticamente cega às suas restrições. Por isso, é associada em geral a projetos de escopo fechado;

• Não contempla a capacidade de responder rápido a mudanças ou retornar a um ponto anterior para reajustar algo que não funcionou, como ocorre em projetos desenvolvidos através de Metodologias Ágeis, da abordagem Scrum e dos valores e princípios do Manifesto Ágil.

Os 4 valores do manifesto ágil

valores do manifesto ágil

Assim, pode-se dizer que existe um Método Tradicional de Escopo de Projeto de Software, que segue as diretrizes da Declaração de Escopo de Projeto do PMBOK®, e um Escopo Ágil, que adota Metodologias Ágeis de Desenvolvimento de Software (como o Design Sprint), aceitando mudanças de requisitos mesmo no final do projeto – um escopo mutável e “vivo”, como você verá a seguir.

Vale mencionar que o Project Management Body of Knowledge – PMBOK® é um guia de boas práticas em gerenciamento de projetos com diretrizes, regras e características que abrangem todos os setores, definido pelo Project Management Institute (PMI). É uma obra de referência também em desenvolvimento de projetos de software. Mas, exatamente por ser genérico e um tanto inflexível, não contempla a entrega de valor ao cliente/negócio no menor tempo possível, de maneira incremental, dinâmica e adaptável, como acontece nas Metodologias Ágeis.

Porém, as determinações monolíticas do PMI começaram a mudar em 2019, quando uniu forças com a Agile Alliance® para criar o Agile Practice Guide, um guia de práticas ágeis que tem a intenção de desenvolver a compreensão das práticas ágeis no gerenciamento de projetos. A 6ª edição do PMBOK® já faz referência ao guia.

“Hoje, o PMI entende que precisa incorporar o contexto ágil em sua proposta de gestão de projetos, e passou a oferecer materiais complementares para apoio”, observa Beatriz Drozino, coordenadora de TI da UDS Tecnologia.

Afinal, o que é um escopo de projeto de software ágil?

No Ágil, é um exercício contínuo para promover o desenvolvimento de software sustentável. Isso significa que as mudanças são bem-vindas, dado que o planejamento é realizado constantemente durante o projeto.

Aqui, o escopo é “vivo” e adaptável, moldado ao contexto dinâmico do projeto no momento atual. Se o negócio do cliente sofrer alteração, é possível incluir, excluir ou modificar itens em função desta nova realidade.

Nesse tipo de escopo, os prazos e valores podem ser redefinidos. Assim, não há um caminho rígido: é possível adaptar os processos ao longo da jornada, descobrindo e ajustando as entregas por etapa. É uma construção que se faz junto com o cliente e varia dependendo do caso.

A UDS, por exemplo, usa diversas Metodologias Ágeis para definir o produto que será desenvolvido e qual solução é mais adequada para a necessidade do cliente, com o objetivo de prototipar, testar e validar um produto (MVP) em 5 dias.

Em síntese, um escopo ágil é um backlog de especificações que vai sendo exercido e ajustado ao longo do processo de criação do produto.

Esse backlog de itens tem maturidade e granularidade menores que as definições do escopo tradicional. E é justamente aí que reside a beleza desse tipo de escopo de projeto de software. Ele evolui contínua e rapidamente até chegar a um entregável de real valor para o cliente.

No Waterfall, por exemplo, a solução seria desenhada em detalhes e de forma completa antes de se iniciar a execução, em um uma sequência de etapas que não avançam até a fase anterior ser concluída. Imagine criar uma API de serviços inteira para somente depois pensar na aplicação que vai utilizá-la? O risco de errar é grande.

Tipos de abordagens

Para entender melhor, veja na tabela a seguir as diferenças entre as abordagens Ágil e Tradicional.

AspectoAbordagem Tradicional (Waterfall)Abordagem Ágil
PlanejamentoExtenso, feito no início do projeto.Iterativo, ajustado a cada sprint ou ciclo.
EntregaÚnica, ao final do projeto.Contínua, com incrementos frequentes.
FlexibilidadeBaixa – mudanças impactam todo o planejamento.Alta – adapta-se rapidamente às necessidades.
FocoDocumentação e processos rígidos.Colaboração, feedback e valor entregue.
Risco de falhasMaior – erros são percebidos apenas no fim.Menor – ajustes feitos de forma contínua.
ComunicaçãoFormal, geralmente por relatórios e reuniões pontuais.Constante, com alinhamento diário (daily meetings).
ClienteParticipa apenas em fases específicas.Participa durante todo o processo.
Time de desenvolvimentoEstrutura hierárquica, papéis bem definidos.Times multidisciplinares, autogeridos e colaborativos.

Riscos de Projeto: como gerenciar

É claro que é preciso confiar nas equipes, mas também é preciso ter evidências do progresso real. Para evitar riscos de escopo, é recomendável acompanhar e revisar o cronograma à medida que o projeto avança.

A matriz de responsabilidade RACI é uma ferramenta que ajuda a otimizar a gestão de projetos, define os papéis dos responsáveis e as expectativas de recursos em um projeto.

Isso porque ela gera um componente visual, geralmente uma tabela, que representa as informações essenciais sobre tarefas, expectativas e atribuições do time envolvido no projeto.

Na imagem, a matriz RACI, que também pode ser usada na definição do escopo de projeto de software.

Qual escopo de projeto de software escolher?

No desenvolvimento de software, é comum ouvir que os projetos tradicionais são de escopo fechado e os projetos ágeis são de escopo aberto. Nem sempre é tão simples assim.

Quando o cliente possui clareza sobre o seu problema e sabe a solução mais adequada para resolvê-lo, escolher o escopo fechado pode dar certo, desde que a entrega seja aquela esperada pelo cliente.

Se você busca uma solução perfeitamente adequada ao valor do seu negócio,  mesmo que não saiba como alcançá-la, a UDS recomenda a escolha do escopo de projeto de software aberto associado à aplicação de Metodologias Ágeis.

Por que? Como você viu, um escopo ágil pode evoluir com o seu produto.

Lembra do exemplo da API? No modelo de escopo ágil, ela seria testada antes da entrega, reduzindo a zero os riscos de erro de projeto e execução.

Mas, independente de sua escolha, ter um escopo sólido mantém o seu projeto nos trilhos e isso pode evitar desastres financeiros e de tempo. É uma peça crítica do quebra-cabeça do gerenciamento de projetos.

Por isso é tão importante a parceria com uma empresa de desenvolvimento de software experiente, como a UDS. Para que possa avaliar junto com você qual o tipo de escopo de projeto de software é o mais apropriado ao problema a ser resolvido.

Simone Marques

Jornalista, especialista em mídias digitais e estrategista de conteúdos de tecnologia na UDS.

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