Líderes e equipes de produto estão sempre à procura de metodologias que possam otimizar processos e alinhar esforços em direção a um objetivo comum. Entre as diversas metodologias ágeis disponíveis, a Lean Inception se destaca por sua capacidade de promover a colaboração e garantir que os produtos desenvolvidos realmente atendam às necessidades dos usuários e aos objetivos do negócio.
Nesse artigo, você fica por dentro dos conceitos e da metodologia, além de entender como eles podem transformar a forma de trabalho da sua equipe. Continue sua leitura.
O que é Lean Inception?
Imagine um workshop colaborativo que mistura o melhor do Design Thinking, do Agile e da Lean Startup. Essa é a Lean Inception, abordagem desenvolvida para ajudar equipes a definir, alinhar e planejar o desenvolvimento de um Produto Mínimo Viável (MVP). Criada por Paulo Caroli, ela conecta todos os envolvidos no projeto e garante que estejam na mesma página sobre a visão e o escopo do produto.
Em essência, enquanto a Lean Inception foca no alinhamento da equipe sobre o produto a ser desenvolvido, outras metodologias ágeis como Scrum e Kanban ajudam a equipe a ser eficiente na execução do trabalho.
Benefícios do Lean Inception:
- Alinhamento de equipe: todos os membros da equipe compreendem e concordam com a visão do produto, garantindo um foco comum;
- Definição clara de MVP: facilita a criação de um MVP, essencial para validar hipóteses de negócios e direcionar o desenvolvimento do produto;
- Eficácia e eficiência: promove uma abordagem iterativa e incremental, permitindo ajustes rápidos e entregas de valor contínuas;
- Economia de recursos: evita o desperdício de recursos ao assegurar que o produto desenvolvido atenda às necessidades reais dos usuários.
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A origem da Lean Inception
Paulo Caroli, após anos de experiência em Desenvolvimento de Software, percebeu a necessidade de alinhamento entre as áreas de negócio e técnica antes de iniciar um projeto. Originalmente, ele usava a fase Inception do RUP (Rational Unified Process), uma metodologia ágil de 2003 que inclui Inception, Elaboration, Construction e Transition.
Conduzindo várias Inceptions, Caroli notou que o processo era longo demais (duas semanas a um mês) e muitas funcionalidades desenvolvidas não eram usadas, o que gerava desperdício de tempo e recursos.
Inspirado pelo livro A Startup Enxuta de Eric Ries e o conceito de MVP (Minimum Viable Product), Caroli decidiu otimizar e reduzir o processo. Ele criou a Lean Inception para focar na criação e validação rápida do MVP, e tornar o processo mais ágil e eficiente, economizando tempo e recursos valiosos.
Como a abordagem funciona?
O processo geralmente acontece em um workshop intensivo de três a cinco dias, onde uma equipe, composta por membros de diferentes áreas como negócios, design e desenvolvimento, colabora para definir um MVP. O objetivo é criar a versão mais simples de um produto digital, que possa ser lançada para coletar feedback dos usuários e validar hipóteses de negócios.
Durante o workshop, diversas atividades estruturadas são realizadas para garantir um alinhamento eficiente. A equipe começa definindo a visão geral e os objetivos do produto, e identifica os perfis dos usuários-alvo, mapeando suas jornadas.
Em seguida, eles geram ideias sobre possíveis funcionalidades do produto, priorizam as mais essenciais para o MVP e as documentam juntamente com os critérios de sucesso.
Vale lembrar que a preparação para a Lean Inception começa bem antes do workshop em si, com a seleção e convite dos participantes, escolha de um facilitador, configuração do ambiente (físico ou virtual) e uso de um checklist para garantir que todos os itens essenciais estejam prontos. A seguir, você confere um exemplo de agenda da parte prática da abordagem.
Quando usar Lean Inception?
A aplicação da Lean Inception é indicada em diversos cenários, principalmente quando há necessidade de desenvolver um MVP e evoluir um produto de forma iterativa e incremental.
A metodologia é valiosa tanto para grandes projetos, onde ajuda a entregar valor de maneira mais rápida e frequente, quanto para startups, que precisam transformar uma ideia testada em um produto bem-sucedido.
Situações ideais para aplicação:
Existem várias perspectivas a considerar para decidir quando fazer um Lean Inception. Aqui estão algumas:
Lean Startup: quando há múltiplos experimentos baseados no ciclo construir-medir-aprender. Você valida as solicitações de negócios antes de entrar no modo solução. Após os experimentos e aprendizados, realiza um workshop Lean Inception para decidir o MVP;
Projetos inovadores com alto impacto: se o nível de inovação e o impacto no seu negócio são altos, é hora de tentar a abordagem. O workshop alinhará todos sobre o que buscar.
Segundo D do Double Diamond (definir): ideal para o momento de definição da solução após a fase de descoberta. Você organiza e define a proposta de solução para então seguir com a construção e entrega.
Quando evitar?
Não é tudo que se encaixa na Lean Inception. Aqui estão alguns exemplos de quando não usá-lo:
- Descoberta e pesquisa: iniciativas para gerar aprendizado, entender e enquadrar o problema;
- Decidir um protótipo: use um Design Sprint para isso;
- Alinhar múltiplas equipes: utilize um PI Planning;
- Priorizar um portfólio de iniciativas: compare todas as iniciativas pelo valor e esforço estimados, depois priorize;
- Mapear detalhes técnicos: planeje e organize atividades técnicas específicas;
- Definir o processo de trabalho da equipe: realize atividades específicas para desenvolver isso, como as do site FunRetrospectives;
- Planejar o backlog de sprints em histórias de usuário: use a técnica Product Backlog Building (PBB);
- Mapear jornadas de usuários em user stories: utilize o User Story Mapping.
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Quem deve participar da Lean Inception?
Os participantes da Lean Inception devem ser uma combinação de pessoas de negócios, representantes das necessidades dos usuários (frequentemente parte da equipe de UX) e desenvolvedores. Todos devem participar ativamente de todas as atividades. Além disso, stakeholders como patrocinadores, usuários finais, equipes jurídicas, de vendas e marketing, também devem estar presentes nas sessões de kick-off e showcase.
O facilitador desempenha um papel crucial, garantindo que todos os participantes possam contribuir efetivamente, mantendo o foco no processo e nos objetivos estabelecidos.
Cada atividade pode ser ajustada conforme o contexto do workshop, permitindo a inclusão de atividades específicas como a atividade RAID (Riscos, Assunções, Problemas e Dependências) junto com o Sequenciamento.
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